Ok, finalmente estamos a receber mais comentários, este facto deixa-me feliz pois demonstra um crescente interesse e principalmente uma crescente disponibilidade de tempo por parte dos alunos para se dedicarem a deixar aqui algo de seu.
Mas a finalidade deste post não é a de agradecer a quem já aqui comentou mas antes fomentar a discussão. Como editor do Notas existem alguns aspectos sobre os quais gostaria de apresentar o meu ponto de vista. É claro que após Barthes ter “morto” o “autor” a minha opinião é tão boa como outra qualquer.
O primeiro ponto que gostaria de focar é sobre a forma, e não o conteúdo, do Notas.
A questão da escolha da fonte da letra:
A razão porque esta fonte foi escolhida é bastante simples: tem um toque de escrita à mão que conceptualmente nos pareceu jogar bem com o título “Notas de Campo”. Se alguém não conseguiu ler este Notas, por favor comente este post que nós comprometemo-nos a disponibilizar os ficheiros dos artigos no blog de forma mais legível. O resto dos leitores não se preocupem, pois o nosso projecto é realizar cada Notas com um “aspecto” diferente, daí que o próximo irá certamente ter outra fonte de letra, e teremos em conta os vossos comentários, será mais legível.
Quanto à questão dos espaçamentos e da formatação dos parágrafos:
Seguindo a ideia atrás apresentada, a razão porque pedi que os meus textos fossem formatados como “rectângulos perfeitos” é meramente conceptual. A escolha do design deste Notas teve como tema uma escola artística, De Stijl, a que a obra de Mondrian na capa alude, os próximos serão diferentes. É este o nosso projecto, e acreditem dá bastante trabalho não usar templates.
É neste ponto que vou dar a minha leitura muito subjectiva do processo criativo do Notas. O meu editorial foca a questão dos quadrados em branco com que o reitor decidiu cobrir a Alta de Coimbra. Ora quando pela primeira vez me deparei com esta “guerra” que está a ser travada nas paredes o que os quadrados brancos me lembraram foi a arte do movimento De Stijl, e interiormente ironizei que o reitor deveria ter aderido a este movimento.
Então a obsessão de artistas como Mondrian pelo novo (e nós somos novos no nea/aac) e a sua crença que a melhor forma de traduzir a natureza são as formas geométricas simples (com um preferência pelos quadrados e rectângulos tal como o reitor…) pareceu-me fantástica para um novo design do Notas de Campo, tendo em conta também o meu editorial. E aqui mais uma vez foco que este novo design tem a validade de um número, para o próximo todo um grupo de significados novos será criado, e em princípio por outros membros do conselho editorial.
Agora passando para um ponto mais espinhoso que é o do conteúdo:
Quem aqui comentou a validade dos anteriores Notas de Campo claramente não percebeu que o que aqui está em jogo é o actual. Isto é uma injustiça para o actual conselho editorial (que está em pulgas é para saber o que acham apenas deste) e principalmente para antigos conselhos editoriais que não se podem defender nesta página da mesma forma que nós. Por favor vamos sarar as eventuais “feridas” que resultaram da transição de mandatos do NEA/AAC.
Finalmente gostava de mais uma vez defender que é minha posição pessoal que todos os contributos voluntários para o Notas têm o mesmo valor, cultural ou outro. È com grande pesar que vejo contributos serem denegridos (catalogados como “xaxa”) ou especialmente louvados, pois compreendo que todos implicaram um dispêndio de tempo pessoal que é a base não só do NEA/AAC mas da própria AAC, e é louvável por si só.
Por favor não “pesem” numa balança de “mercearia” os frutos da dedicação de todos aqueles que desde que o Notas existe nele ofereceram o melhor que tinham para dar, nas presentes condições e com todas as dificuldades que se põem ao trabalho voluntário na conjectura actual.
Sites em que o pessoal se pode divertir/saber mais sobre os assuntos aqui expostos:
Para uma descrição do Movimento De Stijl:
http://www.artlex.com/ArtLex/d/destijl.htmlPara brincar com a arte deste movimento (talvez o reitor tenha passado por aqui…)
The Mondrian Machine:
http://www.ptank.com/mondrian/João de Castro.