6/13/2005

Notas de Campo 6 On-line

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http://www.notascampo.tk

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Comentários aqui.

10 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Férias!!!...quais férias?! Só se for a jogar Space Invaders no telémovel no intervalo do estudo.
Boas (férias) para exames a todos ;)

P.S. - João, ouvi dizer que a Apple abriu 1 vaga para webmaster...devem pagar bem

terça-feira, 14 junho, 2005  
Anonymous Anónimo said...

acabo de ler o texto do novo notas de campo intitulado "o principio da incerteza" (mais subtitulo, menos subtitulo), em que se fala sobre as mentiras/fraudes na antropologia - o caso carlos castaneda....finalmente que alguem fala em castaneda (pena que neste caso não com a melhor das intenções)
De facto podemos estar aqui em longas discussões sobre se é verdade ou mentira, se d.juan existiu ou não, se até o próprio castaneda se chamava carlos...não me parece que seja esse o interesse.
A questão que se põe é se o trabalho de castaneda (que não se reduz aos 3 livros referenciados, mas a uma obra de 12/13 livros, não me recordo precisamente)é ou não trabalho antropológico? quanto a mim é dos trabalhos mais aprofundados sobre o xamanismo dos indios da america latina
Por outro lado diz-nos a colega através da voz de Geertz que os livros de castaneda não têm relevancia para a antropologia...pois digolhe que antropologos (talvez não tão reconhecidos como Geertz) ainda hoje estudam castaneda como complemento ao seu trabalho nas questões xamanicas e de etnobotanica. antropologos como o recente falecido terence mckenna ou joseph narby (caros colegas excusam de procurar na biblioteca do departamente que o esforço será em vão). Aliás até o próprio castaneda de que estamos a falar não tem lugar numa biblioteca tão recheada como a do nosso departamento.
Só para finalizar gostaria de sugerir à colega que lesse os restantes livros e depois poderíamos entrar num debate mais aprofundado sobre a importancia de castaneda porque para além de fazer um bom trabalho de etnobotanica, castaneda dá-nos um nova perspectiva do ser humano e do que o rodeia...obviamente muito contraria ao dogmatismo cientifico que se vai vivendo pelo departamento de antropologia da universidade de coimbra

quarta-feira, 22 junho, 2005  
Blogger Narcisista said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

quarta-feira, 22 junho, 2005  
Blogger Narcisista said...

Dos 12 livros que ele escreveu só três são supostamente antropológicos (não quero entrar na discussão do saber se ele agiu de má fé ou não), os restantes são básicamente sobre tangas New Age (e não um estudo dos movimentos New Age). No máximo pode-se considerar que ele é um xamã moderno. Agora de antropológica a obra posterior dele não tem nada.

quarta-feira, 22 junho, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Os livros do Castanheda foram, e sorrateiramente pela porta do cavalo, transferidos das prateleiras de etnografia para as de esóterismo. O problema de alguns alunos do Departamento de Antropologia da FACULDADE DE CIÊNCIAS DE TÉCNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA não é o dogmatismo desta (ora uma faculdade de ciências a ser cientifica...) mas estarem também na "prateleira errada".

Caro colega eu estudei xamanismo, e não foi cá com visões romântica do passa-cá-um-charro da cena. Foi em Reykjavík com professores especialistas mundiais da área e num local de tradição xamânica aonde ainda hoje se encontra material escrito autentico de rituais, praticantes vivos na Gronelândia, etc. Ora o "conto" do Castanheda foi me relatado pela primeira vez por um prof. de UCLA, a universidade do Carlos como deve saber. O prof. é o Dr. Timothy Tangerlini se quiser procurar no site da instituição ele é o dirigente do departamento de estudos nórdicos. Ora este senhor sendo um antropólogo com vasto trabalho de campo no xamanismo, incluíndo longas estadias em países nórdicos e na Coreia do Sul, frequentava a UCLA aquando da descoberta da fraude e mesmo antes, estando a par de todo o processo.

Isso mesmo, fraude. Se outros comem "O PÃO DOS DEUSES" e depois não ficam no perfeito estado para verificar a autenticidade das suas fontes, pior.

João Figueiredo.

PS: o material que publicamos no notas é no entanto revisto, nunca publicariamos um artigo, ainda mais sobre fraudes, sem ter a certeza do que estamos a falar.

PS2: quanto ao seu interesse para a antropologia enquanto disciplina, etc, eu acho "O Senhor dos Aneis" muito mais inspirador.

quarta-feira, 22 junho, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Caro "mescalito",

Quanto à suposta "má intenção" da minha parte, digo-lhe que Castaneda devia ter pensado nisso quando elaborou a fraude em questão.

No seu post diz que não interessa se D. Juan existiu ou não. Ora SE Castaneda tivesse realmente feito trabalho de campo, D. Juan existiria, com certeza, e não seria um produto da sua mente alucinada. Acha mesmo que não tem qualquer interesse quando você mesmo diz que “é um dos trabalhos mais aprofundados sobre o xamanismo”?

Reparou na sua incoerência?

Mas as incoerências não se ficam por aqui. Se ler só os três primeiros livros de Castaneda, (que, aliás, serviram respectivamente para tese de mestrado, tese de doutoramento e pós-doutoramento) que não têm qualquer base teórica, vai-se aperceber das várias confrontações ( e incoerências) no espaço e tempo das experiências que ele descreve.
A mesma revista que o aclamou – Time – também o desmascarou ( e não foram os únicos a fazê-lo).
No artigo, mencionei a opinião de um antropólogo reconhecido que não apoiava as ideias romance\ficção\ new age de Castaneda, Geertz. Mas também lhe posso indicar outro nome de um antropólogo de renome que apoiou Castaneda: Mary Douglas (por incrível que pareça).
Eu também estudei xamanismo nas mesmas condições que o nosso colega João Figueiredo e digo-lhe que de xamanismo os livros do Castaneda não têm absolutamente nada e são desprovidos de qualquer análise científica. Creio que ningém que tenha esperança de acabar o curso de antropologia considera que as páginas finais, às quais o autor da “Erva do Diabo” chama de antropologia, sejam um contributo para o estudo da disciplina. È pura ficção que se estabeleceu como área de estudo no psicadelismo dos anos 60\70.
Dou-lhe um conselho: leia os livros do Castaneda tal como são: esoterismo. Não é por nada de estranho que estão na secção de esoterismo em todas as livrarias e bibliotecas.

P. s. – O Terence MacKenna e o Joseph Narby são outros dois alucinados que publicaram as suas obras baseadas nas suas experiências com drogas tal como Castaneda. A única diferença é que o último ficou milionário à custa das vendas e viveu numa penthouse de um hotel pacatamente, enquanto escrevia os seus livros.



Cláudia Magalhães, autora da rubrica “O princípio da Incerteza” do “Notas de Campo” #6.

sexta-feira, 24 junho, 2005  
Anonymous Anónimo said...

engraçado achar que o xamanismo é o mesmo nos países nórdicos (ricos em amanitas muscaria) que no méxico (rico em cactos de peyote e em cogumelos contendo psylocibina (muito diferente da muscarina))....
a mim parece-me que de facto as leituras dos "alucinados" deviam ser feitas com mais atenção...
quanto aos 3 primeiros livros tenho-vos a dizer que são simplesmente os livros em que d.juan ilude castaneda...se quiserem saber o resto leiam....
quanto ao esoterismo deixo-vos a frase de castaneda "o xamanismo é a praxis da fenomenologia"

sábado, 25 junho, 2005  
Anonymous Anónimo said...

O que realmente me espanta nesta discussão é pessoal da área social, subentendo que os "wannabees" da mescalina, peyote, ayahuasca, morning glory, amanita muscaria, etc, sejam da área social, estejam a usar argumentos biológicos (a disponibilidade de certos psicotrópicos numa área ou não na forma de vegetação) para explicar um comportamento social. Grande passo para unir as duas áreas do nosso curso, parece que a nossa promessa de diminuir o fosso entre o pessoal das duas áreas científicas do nosso curso passa por aqui.

Segundo o D. Juan não existe e esta discussão já parece a história do "pai natal existe mesmo apesar de durante os primeiros 9 anos da tua vida serem de facto os teus pais a enganarem-te". O homem não existe é apenas uma produção literária ou artística que como tal pode ou não ter valor, não é essa a discussão. Obviamente a obra literária de Castanheda influenciou bastante a sociedade ocidental em diversos campos, mas como ironicamente já tinha referido também o fizeram outros autores da época, desculpem voltar ao Tolkien.

Finalmente faz de facto sentido falar de xamanismo em contextos tão separados como o nórdico e a Ásia porque estes partilham bastantes afinidades. A origem possivelmente é a mesma, pois o xamanismo é um fenómeno asiático e como sabem os povos indígenas do norte da Europa, os Inuit e os Saami, são de origem asiática. Por outro lado os finlandeses, também de origem asiática, também mostram na sua cultura influências do xamanismo. Obviamente que na América do norte este foi transmitido via estreito de Bering e em migrações tardias pois apenas os povos do norte mostram influencias recentes. Falar de xamanismo no sul da América, Europa ou África nos dias de hoje é um uso errado da palavra. Talvez "Ecstatic Religion" o termo cunhado por I. M. Lewis seja mais adequado.

Já agora, apesar de assim perder o glamour, não reduzam o xamanismo à ingestão de drogas, por mais fixe que o nome destas seja. De facto pode envolver estas práticas mas na maioria dos casos o bater ritmado de tambores é suficiente para atingir os estados de transe.

João Figueiredo.

quinta-feira, 30 junho, 2005  
Anonymous Anónimo said...

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domingo, 18 fevereiro, 2007  
Blogger Luiz Gonzalez said...

Prezados Senhores

Acompanhei alguns breves comentários sobre o trabalho do antropólogo e escritor Carlos Castaneda. Muito me entristeceu ver que os erros do passado se repetem, mesmo em se tratando de ambientes aonde o suposto nivel de conhecimento deveria servir de aviso, para que insquisições medievais aqui não se proliferassem. Mas vejo que somos os velhoes e previsiveis humanos de sempre.

Se Castaneda não representasse um grande marco na história da antropologia, SIM SENHOR, e não vamos discutir aqui credenciais para falar disto, porque muitas pessoas que postaram mensagens mau fundamentadas poderiam sentir-se incomodadas - então, nem mesmo estaríamos falando sobre seu trabalho e sua obra.

Alguém citou a revista Time - risos - como tendo desmascarado seu trabalho. Mas como se desmascara um trabalho que já esta presente em todo o mundo, inclusive sendo divulgado como referencial na área de xamanismo pelos proprios xamas? A não ser que queiramos fazer outra inquisição para definir quem é xama!

Percebem a ironia em tentar desmascarar algo que é considerado sagrado por indios do mundo todo?

Chega de pesquisas virtuais de computador, revista nenhuma serve de base para sustentar ou erradicar trabalhos de ninguém. Artigos de pessoas famosas, supostos gurus, mesmo da antropologia, não servem para autenticar definitivamente algo que se sustenta a mais de 40 anos.

Sou sim um grande admirador deste brasileiro que realizou um dos mais importantes trabalhos na área do xamanismo. Claro, para perceber isto, precisa-se antes ter estado em alguma aldeia indígena, não como turista, logicamente.

Tenho estado grande parte de meu tempo viajando entre ruínas e sítios arqueológicos da américa do sul e central, em meio a populações indígenas, em especial no Peru e Bolívia, com trabalhos nos sítios de Tiawanaku, alguns monumentos de Cuzco, Complexo de Ollantaytambo e algumas incursões bastante assíduas em Machu Picchu, cerca de pelos menos trinta, tendo sido o primeiro brasileiro a chegar ao sítio inca de Cota Coca, e pesquisas por alguns trechos da Cordilheira de Wilcabamba.

Quando encontro indigenas nestas regiões, claro que eles jamais ouviram falar de Castaneda. Mas quando sento para dialogar por horas com o antropólogo chefe do Complexo Arqueológico de Machu Picchu - que figura no livro dos recordes e me confessa ser fã e profundo estudioso da obra de Castaneda, percebo o alcance do trabalho que ele realizou.

Meu e-mail é bastante longo, se for postado inteiro será surpresa até para mim. E se for, quero terminar dizendo que a obra de Castaneda inicia nos 13 livros por ele escritos, mais as participações nos livros de pessoas que se iniciaram com ele neste conhecimneto e translada para o campo, aonde em contato com povos indígenas poderemos definitivamente corroborar as ideias ousadas deste ilustre personagem ou então, abandaná-las de vez.

A ciência não é feita em cima de fatos e provas definitivas, mas em cima de hipóteses, lendas, suposições e muita humildade.

Afinal, teorizar depois de constatadas as invenções é pura demagogia narcisista. Castaneda ousou o novo. Ousemos nós também, teorizarmos o novo, não o já existente.

Luiz Gonzalez
Urubamba, 27 de Março / Peru

terça-feira, 27 março, 2007  

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